Solitude

Solitude
À beira do Rio Negro...

segunda-feira, 30 de maio de 2011

2002 - Dia dos Namorados



Imagem Pura

Quando as luzes de tua imagem
Se lançam sobre o meu olhar
A palavra   A  M  O  R   se desintegra
E a sensação se torna pura....

Percorro então um espiral vazio
Onde o amor mostra os recantos
Aos quais antes a palavra me impedia
(É puro sentimento, calar absoluto...)

Mas num piscar de (meus) olhos
O silêncio se rompe
Como um grito que ninguém escuta
E sem tua imagem que me foge
Sou agora saudade e matéria bruta...

Manaus, 12 de junho de 2002

domingo, 29 de maio de 2011

O amor se renovando a cada olhar...




Raridade

Como a luz que te acompanha
A visão de ti é algo sempre raro.
É quando tudo o mais
Se ofusca ou desvanece
Mesmo aquilo que me é mais belo,
Até mesmo o que me é mais caro,
Tudo perde o brilho, se apaga, escurece.

Como a música que vem
Junto à dança dos teus passos
E me rodeia e me envolve
E quando o resto do mundo se cala
Para que eu ouça somente
A poesia que teu corpo recita
Apenas o silêncio fala
Algo nunca dito antes.
.

Manaus, 11 de setembro de 2008

terça-feira, 24 de maio de 2011

Para os que são poetas...




Poeta

Para Telma da Costa

Há quem se engane ainda
Em pensar que um verso
Ao acaso possa ser colhido
Na distração de um caminhar
Ou capturado ao estender da mão
No vento frio duma tarde de outono.

Há ainda quem sonhe,
Quem se iluda, inocente
Achando que os versos
São algo que simplesmente
Brota pronto, inspirado dum regalo
E nunca por transpiração ácida de dor.

Mas existem por sorte alguns poucos
Que trabalham em sua busca
A aparar suas arestas pontiagudas
Sem perceber as próprias feridas
Insistindo, nos mais áridos caminhos,
Em usa-los a traduzir o mundo.

Manaus, 8 de julho de 2010

sábado, 21 de maio de 2011

Bom mesmo é aquilo que não existe...



O Melhor de Mim

És o verso perfeito que imagino
Um suspiro transparente que não alcanço
A melodia que não componho,
O pensamento que apenas suponho.

És a flor que brota na direção inversa
Adentrando meu peito, onde a cultivo
És a declaração de amor que calo
No delírio do sonho do meu sonho.

És minha fé em tudo que não creio
Os mandamentos que desobedeço
Os pecados que não cometo
És o castigo que mereço, mas que não me imponho.

És o melhor de mim
O inverso do meu reflexo no espelho
És a coesão no que me é desconexo,
O novo em tudo o que me é velho
És a aura do som
No meu silêncio que persiste,
O início e o fim
De tudo o que em mim não mais existe.

Manaus, 9 de junho de 2008.

domingo, 15 de maio de 2011

Dentro dos limites humanos...




Transparências


Hoje nossas almas
Comemoram suas bodas.
Relembram o dia
Em que se reconheceram
E se reuniram como transparências,
Matizes incolores de sentimentos afins.

Desde então
Transitam em dimensão única
Sem espaço nem matéria
E nem distância e nem vazio.
Circulam e misturam-se no etéreo
Como correntes de ar
A desalinhar e desafiar o Tempo.

Hoje nossas almas
Festejam cada uma o seu próprio fim
E o seu ressurgir num expandir de fronteiras
Ou no entrelaçar de um novo tecido
Aos olhos invisível,
E impalpável mas terno ao coração
Como um manto cálido
Que de nada reveste
Esse novo existir indivisível.

Manaus, 8 de maio de 2008

sábado, 7 de maio de 2011

Acróstico #2 - Para a Heloisa, minha filha mais nova...



Lolô

Hoje eu sei,
Errei-te, um erro tão lindo!
Loucura? Não exatamente,
Onirismo inconseqüente,
Irrigado de sábias verdades...
Sabia eu desde o princípio:
Amar-te-ia para todo o sempre...

Manaus, 17 de setembro de 2008

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Instantâneo...



Promessa

Soprarei a neve que o Tempo
Polvilhar sobre teus cabelos,
Até que meu fôlego
Seja pouco a pouco
Por Ele vencido...

Aquecer-me-ei então
Na tua paisagem de inverno
Embriagando-me até ao fim
Nos teus eternos olhos de menina...

Manaus, 24 de agosto de 2001.