Solitude

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À beira do Rio Negro...

terça-feira, 24 de maio de 2011

Para os que são poetas...




Poeta

Para Telma da Costa

Há quem se engane ainda
Em pensar que um verso
Ao acaso possa ser colhido
Na distração de um caminhar
Ou capturado ao estender da mão
No vento frio duma tarde de outono.

Há ainda quem sonhe,
Quem se iluda, inocente
Achando que os versos
São algo que simplesmente
Brota pronto, inspirado dum regalo
E nunca por transpiração ácida de dor.

Mas existem por sorte alguns poucos
Que trabalham em sua busca
A aparar suas arestas pontiagudas
Sem perceber as próprias feridas
Insistindo, nos mais áridos caminhos,
Em usa-los a traduzir o mundo.

Manaus, 8 de julho de 2010

2 comentários:

  1. Obrigada por me dedicar um poema desse calibre, Marcos, meu amigo de longa data, de tantas datas, de tanta estrada compartilhada.

    Sua amizade é diamante lapidado, pedra mais que preciosa que eu guardo em frente à janela de iluminuras solares que ao incidirem sobre ela me encanta com um festival de cores e alegrias.

    Ah, quantas alegrias você já sorriu comigo numa torcida que só um grande amigo pode oferecer. Quantas tristezas o seu coração já rasgou comigo numa empatia que só um grande amigo pode ter.

    Não fosse essa amizade, ainda tem o seu enorme talento artístico. Você já compõe música boa desde as aulas de Harmonia Funcional, na Unirio, com o mestre Guerreiro.

    Obrigada pela homenagem nesse seu poema; que é poema de verdade.

    Beijos com carinho eterno,

    Telma

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  2. Obrigado Telmina... Vc é uma batalhadora da Poesia, por isso a homenagem! Vc e os verdadeiros poetas merecem (na verdade, merecem mais!)!

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